28/01/2016

Minha gravidez no início do casamento

Mais um lindo relato de uma mamãe que dividiu com a gente sua relação com a maternidade. Hoje, Haydée conta pra gente como foi lidar com uma gravidez não planejada logo no início do casamento e como se dividiu entre os cuidados com o filho e o trabalho.

"O sonho de ser mãe sempre esteve presente em minha vida e acho que devo a minha mãe que  foi muito dedicada aos filhos, mas antes deste sonho ser realizado sempre quis ter meu “LAR”, marido, e poder construir minha família com estrutura. Minha profissão também me orientou muito sobre o “antes”, a preparação para que isso pudesse acontecer.

Sou Fonoaudióloga e apesar das pessoas ainda não entenderem o quanto da sua importância, aprendi e a incorporei e cresci com ela nestes 30 anos de profissão.

Antes mesmo de pensar engravidar fiz um pacto com meu marido que era  “fumante” quando casamos, que ele deveria começar diminuir os cigarros até deixá-los,  para eu engravidar sem risco.
Aprendi que o fumo além de má formação do feto (por que seria uma fumante passiva) pode levar um parto prematuro, outras deficiências nutritivas ao feto, enfim muitos problemas poderiam ser evitados.


Não tinha intenção de engravidar no primeiro ano de casada, queríamos nos estabilizar financeiramente, crescer e amadurecer um pouco (eu tinha 24 anos e meu marido 25 anos).

Mas já de cara vi que não daria para fazer tudo como planejado, comemorei meu primeiro ano de casada com sono, cansada, e com atraso na menstruação. Sim, eu estava grávida!

Tinha acabado de mudar de trabalho, estava em uma escola de deficientes auditivos, fazia exames audiológicos para um otorrinolaringologista e comecei atender em um consultório como fonoaudióloga clínica.

Fiquei desesperada inicialmente, achei que não conseguiria dar conta de tudo. Consegui levar até 5 meses esta vida corrida, com náuseas, enjoos e vômitos matinais e horríveis dores nas pernas por três meses seguidos. Iniciando o 5º mês de gestação percebi que teria que fazer algumas escolhas para preservar eu e o bebê. E assim começou a minha missão “Mãe”

Resolvi sair de um emprego e continuar no que teria mais mobilidade de horários. Adiantei o início de uma especialização, que achei que seria mais viável iniciá-la antes do bebê nascer. Muitas mudanças, alguns adiamentos, como viagens muito sonhadas, e pensar nas prioridades, seriamos agora, três.

Numa manhã me preparando para ir ao trabalho me deparei com um sangramento inesperado, liguei para o Ginecologista que me mandou diretamente para maternidade, e iniciaram as contrações. Parei meu trabalho bruscamente, apesar de ter me organizado, tudo aconteceu antes. Teria que voltar em 1 mês aos consultórios e em duas semanas as aulas da especialização.

Meu primeiro filho nasceu com 34ªsemanas de gestação (prematuro), parto normal com 12 horas de trabalho de parto. Apesar da idade gestacional, nasceu com peso muito bom, nota 9-10 de apgar.

Com dois dias estava com um filho nos braços e amamentando, com 10 dias estava dirigindo. Recuperação ótima, bebê mamando cada 3h, dia e noite. Entrei de cabeça desta nova etapa e meu marido também. 

O primeiro ano de vida de Flavio (primogênito) foi muito trabalhoso, porém gratificante, retornei ao meu trabalho com 31dias após o parto, era autônoma e coloquei uma pessoa para me substituir e o combinado era o retorno o mais breve possível. Esta volta foi muito dolorosa, fui orientada pelo Pediatra e tenho muito que agradecê-lo por suas orientações. Primeiramente, sempre colocar o bebê como prioridade, pois o primeiro ano de vida é o principal para saúde dele. Além do desenvolvimento emocional (aprendi na aula de Psicologia que este vínculo criado entre mãe-bebê é para vida toda).

A orientação de um bom Pediatra ajuda o casal cuidar com mais tranquilidade do bebê, muitos palpites atrapalham e confundem os pais de primeira viagem. 

Como não foi planejada esta gravidez e a falta de experiência também fez eu iniciar uma especialização e continuar o meu trabalho após um mês mesmo com a chegada do meu filho. Com ajuda do meu marido, que sem ele talvez já tivesse largado tudo para somente cuidar do bebê. Neste momento de escolhas percebi como era “forte” a maternidade para mim.

Para tudo isso acontecer tive que ter muita força de vontade para tirar leite entre as mamadas e armazená-lo, contar com ajuda da minha mãe pois me preocupava com este “carinho e atenção que meu filho pudesse não ter na minha ausência”. Trabalhava por períodos e assim voltava para amamentar. Nas aulas da especialização, que se dava um dia a noite e aos sábados, contava com meu marido. Os homens sabem cuidar muito bem e o carinho deles é também essencial para a criança.

Penso que se assumirmos os dois (pai e mãe) o filho, fica mais fácil contornar os problemas que surgirão (cólicas, febres, choro e etc).

Mensagem: Descubra dentro de você a maternidade. Cuide do seu filho sem colocar obstáculos. Divida a maternidade com seu marido, ele vai gostar."

Haydée, Fonoaudióloga, mãe do Flavio 

*Esse depoimento encontra-se no capítulo "A ma/paternidade é transformadora" do nosso primeiro livro. Leia outros depoimentos, bem como textos de profissionais convidados adquirindo o livro através do link: http://bit.ly/2gbmuNY

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