Quando comecei a namorar “sério” perguntei ao meu namorado se ele fazia questão de ser pai biológico, pois eu queria adotar e se ele não concordasse era melhor terminar tudo ali mesmo. Ele respondeu que ficaria comigo para o que eu quisesse e depois de 2 anos nos casamos. Entramos na
fila de adoção. Não impusemos nenhum tipo de restrição, seria nossa a criança que aparecesse!
Mesmo assim, foram 3 anos de espera. Eu não aguentava mais ver o meu número na fila que não andava. Até que um dia me ligou uma assistente social. Havia um menino de 1 ano. Cheguei antes do meu marido e de cara me apaixonei pelo Miguel!
Quando meu marido chegou fomos informados de que ele tinha um irmão de 3 anos e que não era possível separar os dois. Não tivemos dúvida: queríamos os dois! Muita burocracia depois, idas e vindas, e finalmente estávamos com nossa família em casa.
O Miguel sempre foi muito amoroso, o Anderson mais agressivo. Acho que por ser mais “velho” tem mais recordação da família biológica e é mais difícil para ele aceitar a rejeição e mudança, mesmo que isso não seja racional. Ele frequenta psicóloga duas vezes por semana. Às vezes fica mudo, ninguém consegue fazer ele falar, só o pai. Os dois são muito unidos, mas é difícil pra ele mesmo assim.
Não tenho nenhum arrependimento. Gostaria de ter mais condições para adotar outros filhos, espero que no futuro isso seja possível. Amo demais minhas crianças, hoje com 4 e 6 anos. São lindos e corajosos, pois imaginamos por quantas lutas eles passaram até chegar a nossa casa. Sou
grata por eles existirem. Fico triste por existir famílias que não conseguem ter estrutura para manter a família. Que Deus abençoe todas as pessoas que podem e querem adotar."
Adriana Perez
*Esse depoimento encontra-se no capítulo "Filhos do coração" do nosso primeiro livro. Leia outros depoimentos, bem como textos de profissionais convidados adquirindo o livro através do link: http://bit.ly/2gbmuNY
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