A primeira terceira gravidez ninguém esquece

Muitas mães dizem que a gravidez é um momento único na vida de uma mulher. E, a mamãe que tem mais de um filho costuma dizer que cada gravidez é uma nova experiência com desafios novos e mais aprendizado. A Evelyn Dias contou para a gente como foi a sua terceira gestação.

“Tenho 3. Sei que sou uma mulher experiente em matéria de gravidez, parto, bebês. Mas, o primeiro terceiro filho, ah, isso é diferente!

Vivemos em uma sociedade em que as famílias continuam se formando. As mulheres não deixaram de casar e ter filhos; apesar de estarem no mercado de trabalho, dividem as responsabilidades e despesas do lar, buscam crescimento profissional, estudar, o auto-desenvolvimento, lazer, saúde, beleza. Ufa! Todos os papéis sendo equilibrados como um número de malabarismo de circo e uma cobrança interna e externa que acompanha o nosso dia com 24 horas somente. Aquela sensação de culpa que ronda quando me sinto cansada, sem tempo, estressada, fugindo do modelo de mulher bem-sucedida: linda, elevada autoestima, confiante, carreira ascendente, culta; se casada, com 2 filhos, no máximo: um casal – menina e menino, tão óbvio! A essa culpa, costumo chamar de “chicotinho”. 

Eu estava seguindo esse “caminho-modelo” quando engravidei do terceiro filho. Apesar de eu e meu marido termos conversado muito sobre essa possibilidade, ao tornar-se real, foi um choque para mim. Para a mulher, é sempre uma grande preocupação: gerar um filho, quanto mais: três? Esse é o grande dilema da mulher moderna: MATERNIDADE versus TODO O RESTO! 

As primeiras preocupações foram materiais, de ordem prática: “acabei de ser promovida, e agora?”... “O que meu chefe vai achar?”... “quem vai cuidar do meu bebê quando eu estiver fora?”... “será que consigo dividir minha atenção para três?”... “será que consigo triplicar meu amor para os três” – SIMMM, porque MÃE não admite dar menos para um filho que para outro. Além de lidar com as minhas próprias preocupações, tive que lidar com a sutil expectativa (nem sempre sutil) que os outros alimentavam a meu respeito, causada, talvez, pela imagem de SUPER MULHER: “agora, tem que ser menino, viu?”... “mais um irmão? Mais um filho, mãe? Que família tem três filhos hoje em dia?”... “você é louca: ter mais um filho!”... “cuidado, terceira gravidez é bem mais arriscada que as anteriores”. E, surgiram diversas outras “pérolas”.  Essa expectativa alheia causava uma certa influência em mim, sem que eu percebesse. Novamente: o dilema!

Manter o equilíbrio foi muito importante. Lembrei que eu e meu marido, intimamente, desejávamos mais um filho, independente do sexo, raça e até mesmo, saúde. Tínhamos mais amor para doar, isso estava claro! A partir disso, em família, adaptamos a estrutura e curtimos muito essa terceira gravidez. E, SIMMM, estávamos felizes com a nossa contribuição para o planeta. Confesso que tive dificuldades de adaptação nos dois primeiros anos, pois eu era mãe de uma adolescente, uma menina e um bebê. Com idades e necessidades distintas, eu tinha que me comunicar de forma especifica com cada um e simultaneamente. E, é claro que o famoso “chicotinho” aparecia, pois eu pisei na bola algumas vezes. 

Passada essa fase que eu chamo “tensão dos dois primeiros anos”, estávamos mais a vontade e ao mesmo tempo, encantados com essa figura que chegou para completar nossa turma. Distribuí as tarefas e responsabilidades para as crianças. Cada qual com a sua função: a mais velha é a Assistente Pleno, a do meio é a Assistente Junior e o mais novo, o nosso Estagiário. Brincamos muito com isso no dia-a-dia. Descobrimos que existem mais “famílias modernas” com três, quatro e até mais filhos. Como família, sentimo-nos únicos e especiais assim: todos os dias, um novo desafio!” 

Ser mamãe de três não é uma tarefa fácil, mas a Evelyn Dias soube administrar essa situação. Essa nova jornada na vida dela só serviu de mais aprendizado e crescimento emocional. Já que ela é mamãe de três crianças que estão em fases diferentes da vida. Mas, mãe é sinônimo de heroína! E no coração de uma mãe sempre cabe mais um, dois, três...O mais importante dessa jornada é o amor e as experiências!

Evelyn Dias é mãe da Heloísa, Gabriela e do João Pedro, primeiro terceiro filho, além de ser empresária, esposa, voluntária, escritora nas horas vagas. Foram três gestações tranquilas. Um parto normal, duas cesáreas. E muita bagunça, danças, risadas.


*Esse depoimento encontra-se no capítulo "Filhos: um, dois, três, sempre um desafio" do nosso primeiro livro. Leia outros depoimentos, bem como textos de profissionais convidados adquirindo o livro através do link: http://bit.ly/2gbmuNY