31/03/2023

Curso para Gestantes Somos Mães

 Turmas mensais - acesse o link para mais informações

Veja como foi nossa turma de março de 2023:


Há quase 6 anos a Somos Mães realiza Cursos para Gestantes com a melhor informação para a maior viagem que uma pessoa pode fazer: ser mãe e pai.

Com conteúdo humanizado, cientificamente atualizado, profundo e oferecido de maneira descontraída, nosso Curso oferece em 8 horas o que muitas grávidas e grávidos não recebem em 9 meses de consulta com o obstetra.

Confira a programação:

09h00: abertura com Acácia Lima, fundadora da Somos Mães

09h15 - 11h45: Trabalho de parto com o obstetra Dr. Gustavo Ventura e a doula e enfermeira obstétrica Katia Cilene

12h00 - 13h00: almoço (não incluso)

13h00 - 14h15: Primeiros cuidados com o bebê com a pediatra Dra. Xênia do Couto

14h15 - 14h30: Coffee break

14h30 - 16h00: Amamentação com a odontóloga e especialista em Amamentação Dra. Ludmila Tavares

16h00 - 17h00: Roda de conversa sobre Puerpério com Acácia Lima 

 

Local: auditório da VIP Oficce - Alameda Santos, 1165, Jardim Paulista - São Paulo

Temos pacotes especiais para grupos.

07/06/2019

Meu marido no nosso trabalho de parto


Essa semana publicamos um post no nosso Instagram falando sobre a importância da presença do pai durante o trabalho de parto.

Entre todos os comentários, o depoimento da Grazi que quis homenagear o marido, marcando-o no comentário.

Autorizados por ela, estamos publicando aqui também para reforçar o quanto é enriquecedor a entrega do casal nesse momento único da vida.

Acompanhe :-)


Meu parto foi no SUS. Quando chegamos na maternidade eu estava com um dedo de dilatação, sentindo dores intensas.

Eu não conseguia sentar e nem deitar, ficava em pé, me movendo pra lá e pra cá, como se estivesse ninando uma criança.

Já de início fui internada e avisaram que teríamos pela frente cerca de 24 horas de trabalho de parto.

Chamaram o Rapha, meu marido, para me acompanhar e quando ele entrou na sala do pré-parto foi muito mais do que um parceiro! Foi amigo, marido, foi meu braço direito, esquerdo, fez massagens para aliviar a dor, me auxiliou no chuveiro, na bola, deitada de lado na cama com a perna toda pra fora para aumentar a dilatação. Mas a dilatação só evoluiu mesmo quando me colocaram de ponta cabeça!

Fomos para a sala de parto e lá o Rapha praticamente fez o parto. Ele segurou o lençol e eu fiz força para a Sophia nascer. Ele viu tudo! Viu a cabeça dela passando e cortou o cordão umbilical.

Foram realmente 24 horas, as melhores ao lado dele e depois nossa, de nós três.

Fui bem assistida pela equipe da maternidade, que nos incentivou e nos auxiliou para que tudo corresse bem.

Grazi More, mãe da Sophia (depoimento enviado pelo nosso Instagram)

22/03/2019

Unidos pela separação



Neste mês, completo um ano de separação, depois de 13 de relacionamento e 6 de casados, com uma filha de 2 anos. Precisei desse tempo para finalmente conseguir escrever sobre este assunto – não por tristeza ou ressentimento, e sim porque tive de passar por todas as datas e experiências deste período para saber o que contar. 

E por que falar de separação em um canal cujo principal tema é a maternidade? Porque casamentos acabam, mas famílias não.

Desde o momento em que decidimos nos separar, eu e meu ex-marido tínhamos a mesma prioridade: nossa filha. Conversando bastante e mantendo a terapia de família por algum tempo, ficou claro que queríamos a mesma coisa pela primeira vez em muito tempo: manter um núcleo familiar, mesmo não sendo mais um casal. Continuar como parte de um todo, cuidando da nossa filha com responsabilidade e dividindo ônus e bônus da criação dela.

Meu ex-marido foi um pai incrível desde o primeiro dia, e não consideraria justo nem sensato de minha parte uma divisão de convivência e responsabilidade que não fosse igualitária. Até por ter insistido tanto na imprescindibilidade dos pais, eu não poderia querê-lo como algo diferente de um aliado.

Em nenhum momento direi que é uma dinâmica fácil. Se já nos desentendíamos quando casados, é claro que continuamos tendo momentos de desavença. Porém estas situações só dizem respeito a nós dois. Não envolvemos nossa filha – assim como também não o fazíamos morando na mesma casa.

Recentemente, me deparei com a expressão em inglês "co-parenting". Sem encontrar equivalente em português (se alguém souber, por favor me diga) eu entendo que ela signifique, mais do que ter guarda compartilhada, praticar um regime de "co-criação".

Depois da separação de fato, explicamos as coisas para a nossa filha da maneira mais natural possível, gradualmente, de acordo com a demanda dela. Logo ela entendeu que a mamãe e o papai não namoravam mais e que ela então tinha duas casas. Nunca observamos alterações de comportamento diferente daquelas que toda criança de dois anos vivencia. Inclusive, nesta época, ela iniciou o desfralde sem complicações e por iniciativa própria.

Na escola, não fizemos nenhum alarde ou pedido para que dessem atenção diferenciada a ela. Não queríamos que ela experimentasse o estigma de ser "filha de pais separados" e também, no que diz respeito à educação dela assim como todo o resto, continuamos unidos. O resultado? O ano passou e apenas no momento da renovação da matrícula a escola soube da separação.

De maneira alguma estou tentando sugerir que ser uma mãe separada é fácil, apenas que é possível.

Ser mãe é sempre difícil e ponto. Ter filhos muda a nossa visão da vida, e é uma tarefa que, se estivermos fazendo direito, fica sempre mais desafiadora. Quando decidimos ser pais, assumimos um compromisso velado com os filhos, e como adultos temos que cumpri-lo independente das nossas diferenças.

Afinal, casamento não é assunto de criança, mas pai e mãe sim.

(A foto é uma das últimas em família, no Carnaval.)

Cristina Rodrigues é colunista do site Somos Mães

21/01/2019

"Fui chamada de preguiçosa por ter pouco leite"



A Somos Mães incentiva a amamentação exclusiva até o sexto mês e até os dois anos de forma complementar. Entretanto, sabemos que a rede de apoio e informação são fundamental para o sucesso do aleitamento materno.

Julgamentos, falta de informação, preconceitos, cansaço e falta de incentivos provocam estresse que desencadeia em pouco produção de leite. Com baixa produção, o bebê não ganha peso, chora de fome e o desmame está instalado.

Por isso queremos ser a sua rede de apoio, caso você não tenha uma. Nos procure na primeira dificuldade para que possamos inibir o desmame e te ajudar sempre!

Confira o depoimento da Ana Junqueira*. Ela nos conta como os julgamentos e a falta de ajuda prejudicou a amamentação do seu filho:

"Fui chamada de preguiçosa e má mãe por ter baixa produção de leite. Me encheram de canjica, mas na hora de ficar com o bebê pra eu descansar disseram que o  levariam embora. Depois que minha mãe foi embora, com 40 dias de parida, ninguém veio nem lavar uma louça para que eu pudesse descansar e conseguir produzir leite. Mas, conseguiam vir até a minha casa para ver se estava em ordem.

Além de apoiar a Mãe que amamenta, gostaria de ver empatia pela mãe que não conseguiu mesmo com todo sacrifício do corpo e da alma.

A clássica "nossa, que dó de você que não conseguiu".

Adoro o trabalho de vocês e senti necessidade de me expressar.

Só vou pedir pra não me identificar pra não criar uma situação na família. Sabe como é... Tudo acaba virando nossa culpa... e não quero criar uma situação na família.

Beijos enormes pra vocês."

*nome fictício

Participe do nosso Curso para Gestantes, clique aqui para ver a programação e inscrever-se.

15/06/2018

Amamentação depois da UTI neonatal


Amamentar não é fácil. E quando, depois que o bebê já consegue mamar, ele precisa passar por uma UTI? Como retomar o processo da amamentação? Conheça a linda história da Gabriela e do seu filho Bernardo.

Olá, queridas!

Hoje eu queria compartilhar com vocês esta foto, que é um marco em minha história enquanto mãe. Bernardo com 15 dias de vida ficou internado na UTI NEO por longos 10 dias, vítima de bronquiolite.

Nós, que ainda estávamos nos conhecendo, fomos bruscamente afastados, devendo obedecer somente a alguns horários permitidos nas visitas da UTI. Nós, que ainda estávamos adaptando a amamentação, fomos bruscamente desligados. Do nosso cheiro, do estímulo da sucção, do alimento.

Foi colocado sonda para ele se alimentar, mamadeira com fórmula e chupeta tempo integral (apesar de eu não gostar nem um pouco dessas atitudes tomadas pelos profissionais do hospital, não tinha empoderamento nenhum naquela época e sequer consegui questioná-los).

Um dia após a internação meus peitos, que antes jorravam leite tempo integral, estavam murchos.
O pediatra liberou a oferta de LM pela sonda nos horários em que eu ali estivesse, e eu deveria ordenhar ao lado daquela incubadora onde meu pequenino lutava para viver.

Eu chorei. Chorei porque eu não sabia ordenhar. Chorei porque meu peito "não tinha leite". Eu me senti um fracasso.

Até que uma das únicas profissionais 'humanas' daquele lugar me viu em desespero e me permitiu pegar meu filho no colo, após 4 dias sem nos tocarmos, e oferecer o peito pra ele.

Meu esposo registrou esse momento. Eu lembro de pegá-lo no colo como se aquela fosse nossa primeira vez. Mesmo em meio a uma super confusão de bicos, de fluxo e tudo mais, ele conseguiu abocanhar o peito. Eu segurava para ajeitar da melhor forma para que ele conseguisse se alimentar.
Eu sinto que, por muito pouco, nossa história nessa ainda curta caminhada da amamentação não teve um fim triste. 

Hoje faz um ano que esta foto foi tirada, e nós caminhamos para os 13 meses de leite Materno em livre demanda. Eu sei que nem todos os dias são fáceis, muito pelo contrário. 

Nos dias bons, amamentar é eterno.

Nos dias ruins, amamentar é necessário. Seguimos um dia de cada vez.

Obrigada, queridas, por todo o conhecimento partilhado neste grupo!


Gabriela Fontenele Jovanini, mãe do Bernardo.

Gabriela nos autorizou a publicar esse depoimento que foi primeiramente escrito para o grupo Matrice no Facebook. O Grupo Matrice é um grupo de apoio a amamentação.





06/04/2018

Pós operatório tranquilo graças a amamentação

Que a amamentação em livre demanda é o melhor para a saúde dos bebês ninguém tem dúvidas. Entretanto, parece que sempre precisamos reforçar essa verdade com experiências vividas por mães que dividem conosco suas histórias.

Conheça o depoimento da Laura e do seu filho Vicente, que precisou de uma cirurgia aos dois meses de idade:

Meu filho, o Vicente, um bebê de dois meses de idade, teve que fazer uma cirurgia de hérnia inguinal. Com a necessidade da cirurgia, vieram várias preocupações, dentre elas a preocupação com ele ficar calmo e não sofrer com o jejum, ausência da mãe, viagens de carro, etc. E surgiu a sugestão da chupeta, vinda de vááárias pessoas.

Pra evitar que o bebê viajasse em jejum dormimos em Joinville um dia antes, a última mamada dele seria às 2:30 da manhã. Eu estava me perguntando milhares de coisas: e se ele procurasse o mamá à 1:00 será que eu tentaria enrolar até as 2:30? Se às 2:30 ele estivesse muito sonolento e eu tentasse acordar será que ele não iria se irritar mais e ficar pendurado no peito muito tempo? 


Para minha surpresa meu bebê começou a se mexer e espreguiçar às 2:27, três minutos antes do despertador (parece que eles entendem, né?). Fiz aquela mamada cheia de cóceguinhas no pé pra ficar acordado e com técnica de compressão da mama pra entrar bastante leite. Ele dormiu, mas às 4 da manhã já tava me procurando de novo (a cirurgia seria só às 7). Coloquei no sling e comecei a andar pelo quarto, ele acalmou, dormiu. Internamos no hospital às 6 e pouco.

Chegando no centro cirúrgico ele acordou e a primeira pergunta da enfermeira foi "vc trouxe o bico dele?". Quando disse que ele não tinha bico, ela perguntou se eu queria um bico de luva (uma chupeta improvisada que fazem em hospitais). Quando disse que não precisava ela perguntou "ele não pegou chupeta?". Respondi que eu nunca quis dar, nunca precisamos por que ele tem peito a hora que quer. Ela ficou quieta, só observando. Detalhe que o Vicente nem tava chorando. Ele tava rindo e conversando com gritinhos fofos de bebê! A enfermeira parecia querer que ele ficasse quieto, foi muito desagradável.


O cirurgião atrasou e começamos a ficar impacientes e famintos (eu e ele). Os gritinhos felizes começaram a virar resmungos, aí distrai, caminha, passeia, troca a posição no colo, mostra brinquedo, conversa... e quando a coisa ia descambar e deu a primeira choradinha o médico chegou!‍⚕️Entrou na sala de cirurgia 7:30 sem chorar. Tudo correu bem. A cirurgia acabou às 8:30.


No pós operatório ele demorou umas 2 horas pra acordar, fizeram uma glicemia (pra ver os níveis de açúcar no sangue e ver se era por isso a sonolência), deu 103 (ótimo valor).Isso ele estava há 8 horas sem mamar! E perguntei se tinha recebido alguma glicose na veia ou coisa assim e me falaram que não! Eita leite forte!


Mal acordou e já liberaram o peito🤱. Foi o primeiro da recuperação anestésica a comer. As outras crianças (média de um e dois anos de idade), todas desmamadas, tiveram que esperar estar bem acordadas (entenda-se berrado e chorando) para poder tomar a "dedera", pois a coordenação da deglutição quando a criança mama no peito é mais fácil, dá pra liberar mesmo quando tá meio dormindo.


Ao lado tinha uma criança mais velha, de uns 4 anos, que fez a mesma cirurgia que o meu filho, mas estava usando máscara de oxigênio. O anestesista veio conversar e disse "A via aérea do seu filho obstrui muito fácil, por isso está precisando de oxigênio até acordar bem. Leve ele a um otorrino, pois possivelmente ele ronca a noite, ou respira mal. Ele usou chupeta muito tempo?". O pai olhou pra baixo e disse que sim, envergonhado. A anestesista reforçou que provavelmente por usar a chupeta ele tinha problemas na musculatura orofacial.


Uma outra criança recusou a mamadeira que o hospital mandou pois não era igual a dele. Ele começou a ficar inquieto e chorar de fome. A mãe ligou para o pai e o pai comprou uma mamadeira nova na farmácia, igual a que ele tinha em casa e levou para o hospital. Ele também recusou. Queria a "dedi" dele em casa. Se apegou tanto àquele objeto de plástico, àquela mãe substituta, àquele bico artificial, que chorou de fome por horas seguidas até dormir, mas não mamou e nem comeu.


As outras duas crianças choraram de impaciência, pois quando finalmente foi liberada a dieta, a enfermeira ainda precisou ligar para a cozinha, pra prepararem a mamadeira ou refeição, pra levarem até a sala de recuperação, pra aí, sim, eles comerem.


Pela tarde fomos pra enfermaria e ele mamou mais frequente, acho que pela dor. Por duas vezes mamou até vomitar, aí quando mamou de novo acho que só vinha o leite gordo, e por estar meio bêbado de leite, logo dormia. As duas vezes que foram dar medicação para dor eu recusei, pois ele estava dormindo tranquilo.


Meu filho foi a criança que mais se comunicou com outros, sorriu, conversou e deu gritinhos. Foi a criança que MENOS CHOROU. Foi o primeiro a comer. Não teve hipoglicemia. Não precisou de oxigênio. Não precisou de NENHUMA mediação analgésica no pós operatório. Recebeu alta no mesmo dia pela sua ótima recuperação.


Todas as necessidades dele ele saciou no peito! E eu só confirmei o que meu coração já sabia: estamos no caminho certo! Seguiremos com tetêzinho em livre demanda e sem bicos!


Laura Zimmermann nos autorizou a publicar esse depoimento que foi primeiramente escrito para o grupo Matrice no Facebook. O Grupo Matrice é um grupo de apoio a amamentação.

09/02/2018

Meu filho é autista


"Meu filho nasceu sem complicações no parto e depois de uma gravidez tranquila, apesar do pai dele não querer assumir minha gravidez. Sempre tive o apoio dos meus pais que, mesmo separados, sempre foram presentes na minha vida.
Desde os seis meses comecei a notar que meu filho não tinha o mesmo desenvolvimento que os outros bebês da idade dele. 
Todo mundo me dizia que meninos são mais lentos mesmo, e que meninas costumam engatinhar mais rápido e etc. Quando ele tinha um ano resolvi levar a um profissional indicado pela pediatra, pois ele ainda não engatinhava. Enquanto a maioria das crianças já começava a andar, ele só ficava sentado ou deitado. 
A terapeuta ocupacional disse que, como ele era muito pequeno, não podia afirmar o diagnóstico de autismo, mas iniciamos um tratamento para estimulá-lo a andar. Com essa ajuda, meu filho andou quando completou dois anos.
Foi nessa fase que foi possível realizar alguns exames neurológicos para descartar problemas dessa natureza. Após algumas consultas, veio o diagnóstico: meu filho é autista.
Mil coisas se passaram na minha cabeça e meu coração já imaginou cenas de bullying, a reação da família, os tratamentos... Chorei muito naquela noite, mas compreendi que eu teria que ser forte por nós dois, para ajudá-lo, protegê-lo do preconceito e, acima de tudo, para poder oferecer a melhor educação possível. 
Meus pais aceitaram a situação melhor do que eu esperava e pude contar com o apoio deles para que eu pudesse trabalhar fora enquanto tentava encontrar uma escola. Infelizmente, foram longos dias procurando sem sucesso. Apesar da inclusão ser lei, as escolas inventam desculpas para não aceitar crianças especiais.
Meu filho tem 4 anos e ainda não encontrei escola para ele. Ele frequenta um grupo de terapia ocupacional que tem ajudado muito em seu desenvolvimento. A fala é a parte mais comprometida. Ele "fala" com gestos e fica nervoso quando não entendemos.
Passear com ele exige muita paciência, pois quase sempre ele fica muito agitado e as pessoas ao redor olham diferente para nós. 
A cada dia tenho que aprender um jeito novo para convivermos melhor. Não fica fácil com o passar o tempo. Eu é que vou aprendendo mais rápido e melhor a lidar com nossas dificuldades.
Sempre digo que é difícil para ele e para todos nós da família, mas nós temos condições de entender, ele não.
Amo meu filho e não saberia viver sem ele. Ele me ensina um ritmo diferente, um olhar diferente sobre as coisas, uma vida com menos padrões. 
Não vou dizer que é fácil. Mas é lindo."
Ana Lúcia Paiva, 28 anos, mãe do Otávio.


15/09/2017

Quando o erro acontece na maternidade

"Depois de dois anos, eu ainda não superei totalmente, mas vamos lá!

A minha primeira gravidez foi há 11 anos.

A Ariel nasceu no Brasil, com toda a pompa e circunstância possível!

Fiz cesárea porque tive pré-eclâmpsia. 

Meu irmão (que é cardiopediatra) estava na sala de parto desde o momento que eu entrei. Estava ao meu lado e me acalmando na hora da anestesia e tudo mais. Pegou a Ariel das mãos do obstetra! Meu marido também estava na sala de parto e não saiu do meu lado por nada! 

Foi tudo perfeito e ótimo! 

Depois de 9 anos, ficamos grávidos novamente. Dessa vez nos EUA. 

14/07/2017

Minha vida sem Cecília


"Minha vida diária de mãe durou 1 ano e 13 dias. Do dia que me descobri grávida, 22 de novembro de 2015, até o dia que a Cecília morreu, 5 de dezembro de 2016. Os meses mais intensos e de maior emoção da minha vida.

Nenhuma palavra é possível para descrever a alegria e o amor que senti ao pegá-la no colo após 8h30 de trabalho de parto e 42 semanas e 1 dia de espera. Nenhuma palavra é capaz de descrever a emoção que senti, debulhada em lágrimas de alegria e alívio, quando finalmente chegamos em casa em 27 de agosto, depois de 17 dias de hospital e UTI. Nenhuma palavra é capaz de descrever o que senti ao vê-la desfalecida em meus braços ao chegarmos em casa de carro depois de mais um exame, até então eu achando que ela apenas havia dormido uns minutos no peito enquanto mamava, para em seguida ter a certeza de que a havia sufocado ou engasgado. Nenhuma palavra é capaz de descrever o que senti ao ver seus olhos pararem de brilhar na ambulância, e ter a certeza de que ela tinha morrido. Nenhuma palavra é capaz de descrever o que senti ao ver a expressão da médica vindo em minha direção no hospital depois de tentarem revivê-la por uns 40 minutos, enquanto eu aguardava no saguão de entrada sozinha, sem bateria no celular, meu marido e meus pais presos no trânsito das 18h30.

19/04/2017

A história de Fabiana

Conheci a Fabiana no Aeroporto de Congonhas, voltando de um voo do Rio de Janeiro. Fabiana é taxista. Sobre o painel do carro, uma chupeta pink. Minha filha, de 2 anos e 8 meses, cochichou ao meu ouvido: "mãe, por que ela tem uma chupeta?" Eu respondi: "não sei, filha, pergunta pra ela". E ela, bem baixinho, "moça, por que você tem uma chupeta?" A Fabiana não ouviu e eu repeti a pergunta, com medo de uma resposta trágica, com medo que fosse uma recordação dolorosa, enfim...

Ela sorriu e respondeu: "tenho três filhos homens e eu comprei essa chupeta pink de amuleto". E eu, curiosa, continuei: "três? Você é tão jovem!"

"Sim, comecei cedo! Ao contrário da minha mãe que foi mãe aos 39, eu fui mãe aos 16. Meu filho mais velho vai fazer 18 anos, tenho um de 14 e o mais novo tem 5."

"Nossa, imagino que vc esteja experimentando uma maternidade completamente diferente agora, não?"