07/06/2019

Meu marido no nosso trabalho de parto


Essa semana publicamos um post no nosso Instagram falando sobre a importância da presença do pai durante o trabalho de parto.

Entre todos os comentários, o depoimento da Grazi que quis homenagear o marido, marcando-o no comentário.

Autorizados por ela, estamos publicando aqui também para reforçar o quanto é enriquecedor a entrega do casal nesse momento único da vida.

Acompanhe :-)


Meu parto foi no SUS. Quando chegamos na maternidade eu estava com um dedo de dilatação, sentindo dores intensas.

Eu não conseguia sentar e nem deitar, ficava em pé, me movendo pra lá e pra cá, como se estivesse ninando uma criança.

Já de início fui internada e avisaram que teríamos pela frente cerca de 24 horas de trabalho de parto.

Chamaram o Rapha, meu marido, para me acompanhar e quando ele entrou na sala do pré-parto foi muito mais do que um parceiro! Foi amigo, marido, foi meu braço direito, esquerdo, fez massagens para aliviar a dor, me auxiliou no chuveiro, na bola, deitada de lado na cama com a perna toda pra fora para aumentar a dilatação. Mas a dilatação só evoluiu mesmo quando me colocaram de ponta cabeça!

Fomos para a sala de parto e lá o Rapha praticamente fez o parto. Ele segurou o lençol e eu fiz força para a Sophia nascer. Ele viu tudo! Viu a cabeça dela passando e cortou o cordão umbilical.

Foram realmente 24 horas, as melhores ao lado dele e depois nossa, de nós três.

Fui bem assistida pela equipe da maternidade, que nos incentivou e nos auxiliou para que tudo corresse bem.

Grazi More, mãe da Sophia (depoimento enviado pelo nosso Instagram)

22/03/2019

Unidos pela separação



Neste mês, completo um ano de separação, depois de 13 de relacionamento e 6 de casados, com uma filha de 2 anos. Precisei desse tempo para finalmente conseguir escrever sobre este assunto – não por tristeza ou ressentimento, e sim porque tive de passar por todas as datas e experiências deste período para saber o que contar. 

E por que falar de separação em um canal cujo principal tema é a maternidade? Porque casamentos acabam, mas famílias não.

Desde o momento em que decidimos nos separar, eu e meu ex-marido tínhamos a mesma prioridade: nossa filha. Conversando bastante e mantendo a terapia de família por algum tempo, ficou claro que queríamos a mesma coisa pela primeira vez em muito tempo: manter um núcleo familiar, mesmo não sendo mais um casal. Continuar como parte de um todo, cuidando da nossa filha com responsabilidade e dividindo ônus e bônus da criação dela.

Meu ex-marido foi um pai incrível desde o primeiro dia, e não consideraria justo nem sensato de minha parte uma divisão de convivência e responsabilidade que não fosse igualitária. Até por ter insistido tanto na imprescindibilidade dos pais, eu não poderia querê-lo como algo diferente de um aliado.

Em nenhum momento direi que é uma dinâmica fácil. Se já nos desentendíamos quando casados, é claro que continuamos tendo momentos de desavença. Porém estas situações só dizem respeito a nós dois. Não envolvemos nossa filha – assim como também não o fazíamos morando na mesma casa.

Recentemente, me deparei com a expressão em inglês "co-parenting". Sem encontrar equivalente em português (se alguém souber, por favor me diga) eu entendo que ela signifique, mais do que ter guarda compartilhada, praticar um regime de "co-criação".

Depois da separação de fato, explicamos as coisas para a nossa filha da maneira mais natural possível, gradualmente, de acordo com a demanda dela. Logo ela entendeu que a mamãe e o papai não namoravam mais e que ela então tinha duas casas. Nunca observamos alterações de comportamento diferente daquelas que toda criança de dois anos vivencia. Inclusive, nesta época, ela iniciou o desfralde sem complicações e por iniciativa própria.

Na escola, não fizemos nenhum alarde ou pedido para que dessem atenção diferenciada a ela. Não queríamos que ela experimentasse o estigma de ser "filha de pais separados" e também, no que diz respeito à educação dela assim como todo o resto, continuamos unidos. O resultado? O ano passou e apenas no momento da renovação da matrícula a escola soube da separação.

De maneira alguma estou tentando sugerir que ser uma mãe separada é fácil, apenas que é possível.

Ser mãe é sempre difícil e ponto. Ter filhos muda a nossa visão da vida, e é uma tarefa que, se estivermos fazendo direito, fica sempre mais desafiadora. Quando decidimos ser pais, assumimos um compromisso velado com os filhos, e como adultos temos que cumpri-lo independente das nossas diferenças.

Afinal, casamento não é assunto de criança, mas pai e mãe sim.

(A foto é uma das últimas em família, no Carnaval.)

Cristina Rodrigues é colunista do site Somos Mães

21/01/2019

"Fui chamada de preguiçosa por ter pouco leite"



A Somos Mães incentiva a amamentação exclusiva até o sexto mês e até os dois anos de forma complementar. Entretanto, sabemos que a rede de apoio e informação são fundamental para o sucesso do aleitamento materno.

Julgamentos, falta de informação, preconceitos, cansaço e falta de incentivos provocam estresse que desencadeia em pouco produção de leite. Com baixa produção, o bebê não ganha peso, chora de fome e o desmame está instalado.

Por isso queremos ser a sua rede de apoio, caso você não tenha uma. Nos procure na primeira dificuldade para que possamos inibir o desmame e te ajudar sempre!

Confira o depoimento da Ana Junqueira*. Ela nos conta como os julgamentos e a falta de ajuda prejudicou a amamentação do seu filho:

"Fui chamada de preguiçosa e má mãe por ter baixa produção de leite. Me encheram de canjica, mas na hora de ficar com o bebê pra eu descansar disseram que o  levariam embora. Depois que minha mãe foi embora, com 40 dias de parida, ninguém veio nem lavar uma louça para que eu pudesse descansar e conseguir produzir leite. Mas, conseguiam vir até a minha casa para ver se estava em ordem.

Além de apoiar a Mãe que amamenta, gostaria de ver empatia pela mãe que não conseguiu mesmo com todo sacrifício do corpo e da alma.

A clássica "nossa, que dó de você que não conseguiu".

Adoro o trabalho de vocês e senti necessidade de me expressar.

Só vou pedir pra não me identificar pra não criar uma situação na família. Sabe como é... Tudo acaba virando nossa culpa... e não quero criar uma situação na família.

Beijos enormes pra vocês."

*nome fictício

Participe do nosso Curso para Gestantes, clique aqui para ver a programação e inscrever-se.